28.3.07

Maria Antonieta


As luzes se apagam, mas ainda não chegamos todos, velhas senhoras surgem em grupos, emocionadas com as próximas cenas que se projetarão na tela. Casais de várias idades sobem os degraus, e de par em par vão preenchendo as fileiras das laterais. Mesmo assim, estamos adiantados, abraço meu acompanhante e o devoro aos poucos... alguém ao lado mastiga amendoins com cobertura de chocolate, posso ouvi-los quebrando nos dentes daquela mulher. Agora sim, está na hora! Freneticamente, aqueles que chegam meio atrasados, buscam o melhor lugar, o ângulo perfeito para ver Maria Antonieta.

E agora, pego-me sem saber o que dizer desta menina, e fico a olhar meu horizonte redentor por trás das grades. Nisso, fico pensando, qual o preço do clausuro, do isolamento, da solitude, do silêncio? Vejo as árvores e ouço música, é festa, debaixo do manto verde há uma multidão formada por pequenas tribos, estão todos felizes saudando 235 anos de pão e circo. Maria Antonieta deveria ter seguido a nossa política, ao invés disso, preferiu ficar só entre cravos e acabou perdendo a cabeça.

4 comentários:

marquinhos souza disse...

e a história se repete!
se já não perde-se a cabeça, perdem-se as idéias!

Telejornalismo Fabico disse...

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quero sabe da sua: tá bem encaixadinha?
:p



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Devaneios em Série disse...

Queria eu ser o teu acompanhante! Conforta-me a idéia de sê-lo nas sessões caseiras =) escreve bem pacas...que orgulho :D

Anônimo disse...

parabéns Olímpia: tu screve bem pra caralho!
um bjo bem stalado