Mostrando postagens com marcador Cidades. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cidades. Mostrar todas as postagens

4.11.09

Conselho ao conselho

No último fim de semana, no feriado de finados, mais uma vez presenciei uma cena caótica, que espelha o quão precárias são nossas forças de poder. Em uma pequena cidade, como Lavras do Sul, não se pode oprimir ou hostilizar turistas, visitantes e bons cidadãos, muito menos seus filhos, amigos ou parentes que aqui venham desfrutar os ares traquilos de uma pacata cidade do interior, pois, diante da falta de boas estradas estaduais, de uma BR que nos comunique com os que passam, cada pessoa que aqui vem, deverá ser muito bem tratada, bem recebida, essa é a etiqueta do turismo.
Mas parece que o Conselho Tutelar não entende isso, e insiste irritantemente em hostilizar nossos caros visitantes, fardados e de prancheta na mão invadem festas, eventos e praças farejando menores de idade que por ventura estão se divertindo, descansando de uma semana de estudos e trabalho, ainda mais no penúltimo mês do ano. Em plena festa, sem copo na mão ou drogas na mente, apenas a vontade de dançar e brincar na fantasia de personagens de Halloween, adolescentes foram abordados por uma equipe mal preparada de conselheiros tutelares, mas ora vejam bem, todos sabem que em festas particulares, bares e clubes, quem frequenta tem o consentimento dos pais, e cabe à família dizer o que é certo ou errado aos seus filhos, ainda mais se eles estão entre amigos, praticando o bem viver.
Ao contrário dessa prática abusiva do conselho tutelar em Lavras do Sul, e digo mais, abusiva e nada positiva para o desenvolvimento do turismo, deveriam observar melhor padrastos que sodomizam crianças à luz do dia, e o conselho não tem nada a dizer, porque para entrar na casa de um pedófilo, ou de uma criatura que espanca seus filhos, estupra suas filhas e os escraviza, como nós sabemos que isso acontece em Lavras do Sul, pra esse tipo de comportamento, o conselho não tem conselhos a dar. Mas por quê minha gente? Eles não sabem lidar muito bem com a pedofilia? com comportamentos sexuais inadequados? Ou é simplesmente porque é mais fácil abordar uma adolescente de fora da cidade, em uma festa? ou uma mãe trabalhadora e honrada que saudavelmente toma a sua cervejinha enquanto seus filhos brincam na praça? Por que eles já estão ali, expostos, sem nada a temer, não devem nada a justiça, trabalham, estudam e pagam seus impostos, é por isso será que o conselho tem conselhos e ameaças a fazer para essas ilustres pessoas? ... deverá de ser, porque deve ser muito mais trabalhoso e requer muito mais cuidado e conhecimento técnico para sanar a insanidade perversa de alguns lares.
É lamentável, como turismóloga, digo apenas que trabalho inutilmente para demandar consumidores a esta querida cidade onde vejo tantas possibilidades e potencialidades turísticas, portanto deixo aqui o meu conselho para o conselheiros, procurem identificar melhor os problemas de tutela desta cidade. Adolescentes bebem, se divertem e não são crianças que crescem em uma boa família, que vão se tornar maus sujeitos, são os mal tratados, os que sofrem violência sexual em casa, os que não tem orientação alguma é que acabam jogando seus filhos na sarjeta ou se tornando bandidos é que precisam de bons conselhos, e de melhores conselheiros. Não é nada pessoal, é apenas uma triste conclusão que cheguei após um longo feriado testemunhando o que considero um abuso.

26.7.09

Retratos da Cidade



Os retratos de uma cidade, um espaço qualquer que inspire uma população, deseja intimamente ser representada através de imagens, cristalizando os signos existentes em cada universo particular da paisagem fotografada. Assim, aliando imaginário popular e turismo, têm-se as imagens turísticas, que servem para propagar uma cidade a partir das vaidades sociais intrínsecas na memória dos atores locais a fim de exibir as potencialidades que podem vir a ser atrativas.


Os meios de comunicação de massa possuem um poder infindável de mostrar às pessoas aquilo que não se pode ver com os próprios olhos. Mesmo que haja uma mídia ao redor da corrupção e da violência nas cidades, esses aspectos negativos são desativados pela população e pelos media e as coisas belas e encantadoras tornam-se o carro-chefe da identidade social, e mesmo os momentos de tristeza da humanidade, tornam-se surpreendentes diante dos olhos do viajante ávido pela descoberta.


A exploração do simbólico estimula o encontro com o imaginário cultural e a memória histórica detida pelo turista, este por sua vez, interage com o meio cultural e histórico da cidade visitada que lhe foi apresentada através de imagens publicitárias veiculadas pelo turismo para atraí-lo. O homem pós-moderno tem em seu cotidiano a possibilidade de encontrar uma vasta variedade de imagens de divulgação dos lugares em bancos de dados disponíveis na Internet e em outros tipos de mídia, como a televisão e impressa, que o desloca virtualmente de um lugar ao outro no seu imaginário estimulando o consumo real da viagem motivado pelos ícones culturais existentes nesses lugares.


Com os meios de comunicação foi possível desenvolver um universo de imagens para o turismo, cada vez mais aprimoradas e embelezadas com os programas de edição fotográfica e isso acarretou um senso estético que determina o gosto pelas imagens veiculadas pela mídia, moldando inclusive o valor dos espaços de vivência de grupos da cidade. Assim, mesmo um lugar sendo importante histórica e socialmente, se ele não estiver esteticamente sendo disponibilizado pelos media, não será tão atrativo para o público quanto as paisagem fotografada de ângulos que valorizem o lugar, seja um prédio do centro histórico da cidade, seja um bem imaterial como a gastronomia.