17.9.06

Enquanto isso...

Diante do terror fotografado sinto apenas ânsia de vômito, pena de uma mente tão doentia de uma mulher que não tem noção de sua tamanha maldade. Depois de um fim de semana repleto de encontros e desencontros amorosos, promessas clichês e uma imensa falta de paciência com a lua de mel alheia, sento-me na minha confortável poltrona verde retrô ao lado da janela, leio sobre a sociedade midiatizada e me apavoro com a maldade e com a ignorância que assombra o mundo contemporâneo, ou como os teóricos estão chamando o nosso tempo, a sobremodernidade. Enquanto nos ocupamos com problemas domésticos, as revistas e os livros nos revelam a nossa pequenez. Enquanto cozinho as beringelas, o Oriente Médio é frito como as famosas batatas do McDonald's. Enquanto planejo uma turnê de esportes radicais, os esquemas de guerra estão sendo traçados pelas mãos tiranas de deliquentes fardados que sonham com suas medalhas de honra. Estamos longe das guerras armadas cá neste rincão do mundo, mas isso não significa que não tenhamos a consciência de que vivemos em uma guerra velada, onde nossas vidas são manipuladas pelo tubo da imagem. E tenho dito.

4 comentários:

Thaise de Moraes disse...

Somos muito pequenos mesmo, ainda mais nesse mundo tão grande, e tão cheio de história. Mas sabe, prefiro essa simplóriazinha e pequenina cidade, onde as atrocidades maiores já me deixam imensamente apavorada. Acho que jah teria morrido de desilusão caso eu morasse em um certo Oriente Médio.

Devaneios em Série disse...

dependendo do 'couple', a lua-de-mel causa certo desconforto...rs
não nos acho pequenos nem grandes em demasia...somos, em maioria, medianos. E é isso que me incomoda...

saudades de ti!

Thaise de Moraes disse...

Todos os teus comentários, além de reflexivos, sempre tornam-se novos posts. A vida é cheia de incertezas, e como é bom questioná-las. bjo e até mais tarde na despedida.

rafitzen disse...

eu me sinto assim e por vezes tenho vontade de ir nos lugares fazer a minha parte. me identifico muito com o personagem médico do "A caminho de kandahar", o americano que largou tudo pra tentar encontrar algum sentido na vida, ajudar e algum jeito...
falando em "sentido da vida", já assistiu ao filme de mesmo nome, do monty python ? lembrei ao ler seu post.. aquela parte onde diz "People aren't wearing enough hats".. bom, recomendo! bjo