Domingo, dia de descanso, de pensar a agenda semanal, de colocar a roupa no varal. Dia de curar a ressaca, de fazer o balanço do final de semana. Parece que o saldo foi positivo, depois de oito quilos de estranheza e excessos, depois de nove meses de abandono e solitude, para não dizer solidão mesmo, depois de um ano de purificação. Os demônios e a lascívia deram sinais de que estão voltando para a batalha contra o marasmo e a timidez.
Maria Alice enfim deu-se por vencida e entregou-se aos beijos e aos encantos de homens fugazes, para os que pediram ela deu seu telefone, o que ela desejou, deu-lhe um pouco de afeto e o sabor da sua pele. Mas Maria Alice ainda não recebeu nenhum telefonema, e quiça os receberá pelos dias que se seguem, afinal de contas, são raras as pessoas que tem o costume de ligar para desconhecidos, beijos e abraços não são cartões de visita, e na pele não vêm tatuados os meios para nos encontrar, os únicos temperos do tecido que reveste o corpo são o sal e o tremor.
Da janela, Maria Alice vê o cinza e molhado Domingo, a chuva veio para lavar sua alma, levar as lembranças dos sorrisos trocados, o som da voz de Buarque embalando a noite a dois, a sós.
Doze badaladas, é hora de aprontar o almoço, o moço está doente e as moças estão a ler o jornal. Vanessa canta uma canção de amor, e Maria Alice não lembra de ninguém, porque ela não pode lembrar de quem desconhece. Ainda bem, as fantasias se foram pelo ralo junto com oito quilos e os nove meses.
Maria Alice enfim deu-se por vencida e entregou-se aos beijos e aos encantos de homens fugazes, para os que pediram ela deu seu telefone, o que ela desejou, deu-lhe um pouco de afeto e o sabor da sua pele. Mas Maria Alice ainda não recebeu nenhum telefonema, e quiça os receberá pelos dias que se seguem, afinal de contas, são raras as pessoas que tem o costume de ligar para desconhecidos, beijos e abraços não são cartões de visita, e na pele não vêm tatuados os meios para nos encontrar, os únicos temperos do tecido que reveste o corpo são o sal e o tremor.
Da janela, Maria Alice vê o cinza e molhado Domingo, a chuva veio para lavar sua alma, levar as lembranças dos sorrisos trocados, o som da voz de Buarque embalando a noite a dois, a sós.
Doze badaladas, é hora de aprontar o almoço, o moço está doente e as moças estão a ler o jornal. Vanessa canta uma canção de amor, e Maria Alice não lembra de ninguém, porque ela não pode lembrar de quem desconhece. Ainda bem, as fantasias se foram pelo ralo junto com oito quilos e os nove meses.
3 comentários:
adorei ser figurante nesse texto esplêndido!
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É... bom final de semana!!! Tb quero um assim!
Beijão, Fe!
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'homens fugazes' podia ser marca de cigarro pra mulher.
etéreos como fumaça de tabaco.
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