18.12.06

Carta de até

O esmalte começa a descascar, já é chegada a hora de partir. Sinto saudade daqui e de lá. Sentirei falta da tua voz desafinada e rouca ao amanhecer, daquele jeito de olhar que me estremece, e num impulso te roubo um beijo. Voltarei mais menina que mulher, mais doce que madura, talvez, de uma forma muito perigosa, eu tenha encontrado mais um menino perdido de Neverland. Mas também sinto saudade de casa, do cheirinho de café às 4h da tarde, das manhas peludas da Helga.
Agora tudo é silêncio, salvo o canto dos passarinhos que anunciam o dia. O resto é saudade, o resto é tudo aquilo que a covardia não me deixou dizer, o resto é o teu cheiro impregnado no meu vestido.
Um dia, se a vida assim quiser, te contarei o porquê dos meus medos e da minha solidão. Por enquanto, saiba apenas que eu também te gosto muito. Até!

Um comentário:

Devaneios em Série disse...

foi a última carta mais linda que eu já li...